Desde pequena sempre nutri uma paixão inexplicável pelas borboletas. Queria porque queria criar uma, mas mamãe sempre me dizia que borboleta não se criava presa, então vi nas flores aliadas, pois elas sempre atraíam as lindas esvoaçantes. Recentemente, fiz uma viagem a uma cidadezinha aqui na Serra da Ibiapaba, chamada Viçosa, lá deparei-me com o cenário que narro de forma bastante superficial a seguir.
Sentir-se num jardim após subir a serra. Seria um jardim suspenso?!
Sentir-se num jardim após subir a serra. Seria um jardim suspenso?!
Não, simplesmente uma cidade situada à 740 metros na Serra da Ibiapaba. Simples. Singela (a palavra-chave, também pudera!).
Essa é uma das sensações que tomam conta dos visitantes da pequena Viçosa do Ceará, que não é uma das sete maravilhas do mundo antigo, por mais que o trocadilho com as flores e a altitude possa imprimir esta lembrança. Ela é, sim, uma das cinco cidades mais antigas do estado e preserva de forma tão minuciosa sua essência.
Essa é uma das sensações que tomam conta dos visitantes da pequena Viçosa do Ceará, que não é uma das sete maravilhas do mundo antigo, por mais que o trocadilho com as flores e a altitude possa imprimir esta lembrança. Ela é, sim, uma das cinco cidades mais antigas do estado e preserva de forma tão minuciosa sua essência.
Para alguns o preservacionismo da cultura viçosense se dá devido a cidade não ser corredor comercial. "O fato de Viçosa não ser entreposto de escoamentos de mercadorias, de não ser atravessada por BR, fez com que o povo daqui preservasse muitos de seus costumes, pois têm pouca intereferência cultural se comparada a algumas cidades vizinhas,o que dá todo o diferencial", frisa Nelson Cunha, gerente de um dos hotéis da cidade.
Viçosa é preciosista. É delicada. Assim como cada jardim que enfeita as casas, as janelas, as ruas e praças. Eles retratam um pouco da gente desse lugar, passando a calma e beleza das conversas, dos cumprimentos e do cuidadoso jeito de ser dos viçosenses.
Na cidade natal de figuras ilustres da história brasileira como Clóvis Beviláqua, General Tibúrcio e Marechal Bezerril, gente anônima dos livros, mas tão conhecida quanto esses ícones na cidade também completam o mosaico que compõe a florida Viçosa. Dona Ritinha é uma dessas personagens, que se confunde com a aura da cidade.
“Desde criança gosto muito de plantas. Essa é uma paixão que herdei da minha família. Nossas casas sempre tiveram jardins e muitas flores. Recordo que quando mocinha, eu e minhas amigas íamos à praça e ficávamos volteando ao redor do coreto da Igreja Matriz, que era repleto de roseiras...lindas! Elas enfeitavam o passeio onde as mocinhas desfilavam aos domingos”, rememora saudosa, Dona Ritinha.
Enquanto passeia pelo jardim, ela conversa como se falasse com uma velha conhecida fazendo questão de apresentar cada plantinha pelo nome. “Essa é uma bougainville. Aquela é uma jasmim. E das rosas, você já tirou fotos? Essa é uma perpétua, você conhecia? Minhas preferidas são as hortênsias, mas gosto de todas”, diz Dona Ritinha, enquanto arranca as folhas amareladas que insistem em permanecer presas aos galhos.
Por toda a cidade esse cenário se repete com suas peculiaridades e sutilezas. E para os amantes das flores, ou apenas amantes enamorados não há lugar mais propício do que um jardim chamado Viçosa, para contemplar o colorido que atrai a liberdade das borboletas e enfeitam os cabelos das turistas que relembram a infância ou de moradoras que parecem fazer isso rotineiramente.
Fotos:Tuyná Fontenele, Thaís Araújo e Moysés Castelo Branco